8.3a POR QUE DE OESTE?

        Relembremos, da lei dos gases, que o ar frio é mais denso que o ar quente. Portanto, a pressão do ar decresce mais rapidamente numa coluna de ar frio que numa coluna de ar quente. A figura 8.5 mostra a distribuição de pressão resultante com a altura. Esta figura é uma secção transversal vertical através do Hemisfério Sul. A região quente equatorial está no lado direito do desenho e a região polar fria no lado esquerdo. As linhas representam a distribuição da média longitudinal da pressão com a altura e para simplificar a presente discussão, a pressão na superfície foi considerada a mesma em todas as latitudes. Sobre o equador, onde a temperatura é maior, a pressão decresce mais lentamente com a altura do que sobre as regiões polares. Consequentemente, em altitude a pressão é maior sobre os trópicos e menor sobre os pólos. Portanto, o gradiente de pressão resultante em altitude é dirigido dos pólos para o equador, sendo então a força de gradiente de pressão  dirigida do equador para os pólos. Adicionando o efeito da força de Coriolis, que se opõe à força de gradiente de pressão, chega-se ao vento geostrófico, de oeste para leste (saindo da página). Como o gradiente de pressão equador-pólo tem tipicamente a distribuição mostrada, ventos de oeste em altitude deveriam ser esperados e geralmente são observados. Pode-se notar também que o gradiente norte-sul de pressão aumenta com a altitude, o que implica que o vento também aumenta com a altitude. Este aumento continua somente até a tropopausa. Lá os gradientes de temperatura são invertidos (é mais quente sobre os pólos). Assim, os ventos de oeste alcançam um máximo no topo da troposfera e decrescem para cima.
 
 

Fig. 8.5 - Secção mostrando o gradiente de pressão em altitude que é responsável pela gerações dos ventos de oeste em latitudes médias.

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