7.6 VENTOS NA CAMADA DE ATRITO (PRÓXIMO À SUPERFÍCIE)

        O atrito é importante apenas nos primeiros quilômetros da atmosfera mais próximos da superfície. Ele atua para freiar o movimento do ar. Como a força de Coriolis é proporcional à velocidade do vento, ao diminuir esta velocidade o atrito reduz a força de Coriolis. Como a força de gradiente de pressão não é afetada pela velocidade do vento, surge um desequilíbrio entre a força de gradiente de pressão e a força de Coriolis, a favor da primeira. Portanto, o ar cruzará as isóbaras em direção à área de menor pressão (Fig. 7.14). O ângulo de cruzamento dependerá da magnitude do atrito: em torno de 10° sobre os oceanos, onde há menos atrito até 45° sobre terreno rugoso.

Fig. 7.14

        Qual o efeito do atrito sobre os ventos horizontais de superfície que sopram em torno de um ciclone e um anticiclone? Sabemos que o vento cruzará as isóbaras da alta para a baixa pressão. Num ciclone, no qual a pressão decresce para o centro, o vento sopra em sentido horário e para dentro (Fig. 7.15a), enquanto num anticiclone o vento sopra em sentido antihorário e para fora (Fig. 7.15b). No Hemisfério Norte (HN) os sentidos são contrários.

Fig. 7.15

        Em qualquer hemisfério, contudo, o atrito causa um fluxo resultante para dentro (convergência) em torno de um ciclone e um fluxo resultante para fora (divergência) em torno de um anticiclone.

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